terça-feira, 31 de janeiro de 2012

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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fragmentos


Eu quis cantar o amor fora do tom. Onde nenhuma nota conseguisse me alcançar, longe do tempo e das palavras. Aliás, eu quis reinventar o tempo e criar um dialogo próprio: nada que já pudesse ter sido dito antes faria sentido. Eu quis começar uma guerra em nome do amor. Aonde eu estava com a cabeça? Eu quis ser diferente nesse mundo de pessoas tão iguais umas as outras. Eu quis fazer em vez de dizer. Eu quis lutar até mudar a ordem dos planetas do lugar. Um mundo novo, é isso que que eu queria. Construir um universo onde eu pudesse te proteger. E não é assim que a gente se sente quando se apaixona? Nos vemos fortes, grandes, sábios, corajosos, nada parece ser realmente um problema, a não ser algo que separe esses corações, tão dependentes um do outro.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia dos Namorados [Continuação]

Meu celular tocou: era ela. Coração na boca, cara de boba.
-- Oi, lembra de mim?
-- Eu não lembro de mais nada que não seja você.
-- Que bom, pois desde que te vi que não consigo tirar você da cabeça. Eu quero te ver de novo.

Nossos amigos em comum vinham me contar que ela estava super empolgada, que nunca a tinham visto tão feliz, que sorria a toa, passava o dia cantando. Eu estava ansiosa: Seria um sonho? Ou pior: mais um amor de apenas uma noite?
Estávamos em época de copa do mundo. Taí, juntaram duas coisas que eu detesto de uma vez só: futebol e falso patriotismo. Todo mundo vira brasileiro em ano de copa, incrível. Perdi dezenas de colegas no trabalho discutindo essa pauta. E inúmeros outros por me recusar a assistir o jogo com eles em barzinhos. Imagina a gritaria? Aquele amontoado de gente de verde e amarelo urrando como animais, cheios de trompetes, chapéus, apitos, fogos. Não, muito obrigada. Recusei, discuti, briguei, não fui.
Terça feira, dia 15 de junho: primeiro jogo no Brasil na copa. Liberaram todo mundo no trabalho as 14:00 h - primeira vantagem que eu vi nessa palhaçada diga-se de passagem - Peguei minha mochila e saí de lá correndo. Meu celular toca: era ela:
-- Vem assistir o jogo comigo? Sei que você destesta, mas eu adoro e queria muito te ver. Vem? Prometo que saindo de lá você pode escolher pra onde vamos.
Eu fui né, essa curiosidade, esse encantamento, essa mulher estava me deixando louca.
Eu não conseguia parar de olha-la, não vi um segundo do jogo, só seu rosto, seu sorriso, sua expressão se alterando. Gritaria? Que gritaria? Íncrivel, eu acho que saía do meu corpo quando estava com ela.
Dormimos juntas, acordei com ela me abraçando mais forte e me dando um beijo na nuca:
-- Bom dia minha linda.
-- Bom dia. Dormiu bem?
-- Não consegui dormir, eu não conseguia parar de te olhar dormindo, fiquei te assistindo dormir, te fazendo carinho.

Como não se envolver, me diz? Começamos a sair. Eu ligava para ela todo dia na hora do almoço e trocávamos emails o resto do dia. Eu contava as horas para sair do trabalho e ir encontrá-la, era o momento mais feliz do dia. Foi fácil criar uma rotina, criar hábitos.
Conversávamos sobre tudo: futuro, sonhos, planos, passado, família, livros, filmes, profissões, amigos, piadas. Nunca acabava o assunto, sempre numa sintonia surreal. Como podia ser possível? Nossas casas eram bem próximas, tínhamos dezenas de amigos em comum: como não havíamos nos conhecido antes?
-- Nos conhecemos na hora que tínhamos que nos conhecer. Você apareceu no momento exato e transformou meu mundo, me trouxe cores de novo. As mais belas. -- Ela me dizia toda vez que eu começava a questionar como era possível o universo conspirando assim a meu favor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dia dos Namorados...


Era sábado, 12 de junho, dia dos namorados. Estava um dia cinza lindíssimo e um frio de tremer o queixo que três blusas não conseguiam conter.
Passei o dia todo no sofá, na frente da tv, aquelas propagandas românticas estavam me irritando já -- "Falsidade descabida essa coisa de comemorar o amor numa data só, vantagem apenas para donos de motéis e floriculturas." pensava eu enquanto mudava os canais da tv incessantemente tentando achar algum programa que não falasse da data.
A celebridade do momento ia tocar na minha balada preferida naquela noite, uma espécie de "noite dos solteiros" - desculpa para encalhados como eu se pegarem descompromissadamente na pista e no dia seguinte não sentirem vergonha por existir.
Metade da cidade confirmava que estaria nesse freak show da carência naquela noite, inclusive casais, tudo pela moça de pernas bonitas que estaria em cima da pick-up de som comandando aquela orgia patrocinada por muito Cosmopolitan, Absolute e Red Bull.
Minhas amigas me ligavam super empolgadas com a noite enquanto eu tentava achar uma forma convincente de dizer que preferia que me deixassem em casa com meus 7 potes de sorvetes de todas as cores.
Amigos de infância, amigos atuais, amigos de amigo, os que a gente só sai de balada e até gente que eu nem lembrava o nome mas não esquecia do gosto estaria la aquela noite, então, resolvi ir, afinal, comecei a pensar que só ia conseguir juntar tanta gente querida assim de novo quem sabe no meu enterro, isso se alguns não se perdessem até lá.
Então fui começar a me arrumar, mesmo com uma sensação estranha de que não deveria sair de casa aquele dia. Quando estava na porta de casa, pronta para sair, além de não encontrar as chaves, minha mãe começou a perguntar se eu queria mesmo sair naquela noite tão fria. Comecei a pensar se eu devia mesmo trocar minha noite de gorda-encalhada-depressiva na frente da tv com os potes de sorvete por álcool e beijos sem nome -- "BiiiiiiiiiBiiiiiiiiii!" a buzina interrompeu meus pensamentos:
-- Tchau mãe. - Gritei e entrei no carro com as minhas amigas.
A sorte estava lançada. Ai se eu pudesse voltar a esse momento, eu inventaria uma dor de barriga infernal, enfiaria o dedo na garganta e começaria a vomitar, começaria a dizer que estava tudo rodando, ativaria a chamada de emergencia do meu celular e fingiria que a vizinha da irmã da tia da amiga da minha vó tinha morrido e eu não poderia perder o velório dela por nada. Teria feito programa, ou cometido suicidio mas não entraria naquele lugar de novo, não naquela noite.

Logo na porta da balada, na fila que quase dobrava a esquina, os conhecidos se aproximavam com garrafas de vodka, cervejas, e todas as bebidas que fossem possíveis de se beber na garrafa ou em copos de plástico, claro, querendo já entrar alegre na casa e assim economizar uns trocados e vergonha na cara. Eu observava somente. As amigas das minhas amigas chegaram, aquelas amigas, sabe? Bonitas demais, interessantes e totalmente fúteis. Eu tentava puxar algum assunto bobo de três ou quatro frases trocadas apenas para que não falassem que eu estava com cara de anti-social que preferia ter ficado em casa e todo esse discurso moderninho. E aproximavam-se, homens, mulheres, arrumados, maloqueiros e todos se juntavam em volta de mim. Minhas amigas tentavam puxar assunto com as com as outras meninas do grupinho, eu ria e me apoiava na parede "A noite vai ser longa mesmo.".
Cocei os olhos com força e quando abri lá estava o William, meu amigo, parado na minha frente com os braços bem abertos e um sorriso debochado que só ele tem, com ele a Mayara, minha outra amiga, e duas meninas feias que eu não conhecia e nem dei atenção. Pronto, agora eu aguentaria a noite toda... Com esses dois por lá, pelo menos as risadas estavam garantidas.
Começou então a minha maratona de revezamento para tentar curtir a presença de tantas pessoas especiais que estavam naquele lugar, nesse dia, ou melhor, naquela noite.
A moça das pernas bonitas chegou, foi fácil saber, todo mundo começou a se empurrar, uma gritaria tomou conta do lugar. Minha nossa, ela era mais linda ainda pessoalmente. Minha amiga não deixou que ela subisse facilmente ao palco não, puxou-a, abraçou, beijou, parecia uma daquelas tietes do Menudo na década de 80, histérica, louca, quase infartando só porque a moça tinha 1 metro de pernas muito bem distribuídas. Então a coitada conseguiu se soltar dos braços dela e parou ali, bem na minha frente, eu não podia deixa-la passar, pedi um abraço. Ela me deu um abraço forte, gostoso, como se realmente não estivesse achando um saco todo esse assédio e se direcionou para a pick-up. Minha amiga não parava de tirar fotos, os flashes seguidos estavam me incomodando, então fui lá pra fora fumar e ver se tinha alguma mulher interessante por ali, sozinha, quem sabé fosse minha noite de sorte, não é mesmo?
E então, o grande momento chegou, o Will começou com uma brincadeira daquelas totalmente sem graça, que constrange as pessoas, tentando me convencer a beijar uma amiga dele, eu não queria. Não por ela, ou talvez até mesmo por ela, mas também porque estava tentando resistir a orgia dessa noite, estava desinteressada de coisas aparentemente sem futuro. Não sei explicar como ou porquê, talvez somente para ele parar de encher minha paciência ou podia ser o imbecil do meu cupido cego, burro e com péssima pontaria que estava lá para me foder de novo... Acabei beijando-a. Nossa, e aquele beijo? Senti como se minhas pernas não pertencessem mais ao meu corpo, a música ficou baixa de repente como que ao fundo, parecia que aquele abraço que eu tinha dado na moça famosa tinha me dado sorte, aberto minha alma, sei la, comecei a fazer mil suposições, criar teorias.
Que noite mágica! Aquele beijo não terminava mais. Frio? Que frio? Eu não sentia nada. Não sentia mais meus corpo, minhas mãos, não sentia nada. Parece que o tempo parou e vivi naquela noite durante muitos e muitos anos e, ao mesmo tempo, parece que eu pisquei e já era 8:00 horas da manhã. Meu Deus, oito horas da manhã. Aquele beijo chamou outro que implorou por outro e trouxe três mil com eles. Eu não conseguia desgrudar, não queria desgrudar. E assim fomos embora, eu só pedia pra ela vir pra minha casa, pra ela anotar meu telefone, pra ela me dar mais um e mais um e mais outro milhão de beijos.
Cheguei em casa com um sorriso de orelha a orelha, dormi como um anjo e já acordei pensando nela, torcendo para vê-la de novo, querendo conhecê-la mais e mais, decifrá-la todinha.



(continua...)

domingo, 13 de março de 2011

Meados de Julho


Clarisse fechou os olhos bem forte e os abriu novamente, ainda estava tudo distorcido daquele jeito que vemos as coisas quando acabamos de acordar. Abriu a janela e se apoiou observando o céu, o balançar das árvores e uma folha que se desprendeu da árvore e saiu voando, dançando pelo azul do céu e foi caindo. Clarisse seguia a folha com o olhar enquanto a mesma foi descendo e formando desenhos no ar até que tocou o asfalto do outro lado da rua na direção de sua casa. Clarisse ainda olhava a folha, com o pensamento já no vigésimo assunto desde que a mesma se soltou.
Havia um menino sentado na calçada conversando com outros três ou quatro garotos, ali, bem em frente a folha. Ele esticou a mão e pegou-a segurando pelo cabo. Começou a rodá-la, como um tique, um movimento de mãos despercebido, enquanto se entretinha com a proza. Clarisse notou o menino e, por alguns segundos ficou ali, debruçada no parapeito da janela imaginando sobre o que estariam conversando, como seriam suas vidas, suas histórias... Era um jogo fascinante para Clarisse que gostava de fazer desde criança: olhar pessoas aleatórias em todos os lugares e imaginar o porque de estarem ali, o porque de se vestirem como se vestiam, de falar como falavam, de onde teriam vindo, como seriam suas casas, com quem moravam, se gostavam de animais, quais seriam seus últimos pensamento antes de dormir, quais seriam seus nomes.
O menino ainda segurava a folha agora gargalhando animado com os amigos, o que atiçava ainda mais a curiosidade de Clarisse. "Estaria ele fazendo planos? Será que estudava por ali? Trabalhavam ali perto? Estariam somente visitando um parente? Eram apenas amigos ou seriam irmãos?.

- Clariiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiisse! Clarisse, levante-se que já são 10 e meia passada. - Era sua mãe que gritava histéricamente da sala.
O som interrompeu o pensamento de Clarisse que voltou os olhos na mesma hora para o relógio: ainda não era nem 10 horas. Riu e começou a fazer os rituais matinais para descer e juntar-se a mãe para o café.


- Mãe, ja teve vontade de se mudar para um lugar que não conhecesse nada e ninguém? - Sim Clarisse, já quase mudei para o interior quando tinha pouco mais que sua idade.
- Não mãe, você tinha tios por lá.. Eu digo mudar para um lugar totalmente desconhecido, onde não se saiba nada de muito concreto, nenhuma pessoa, assim, ir sozinha mesmo.
- Clarisse, você é muito nova para querer uma mudança radical de vida.
- Não é isso. Penso que nascer em um único lugar é muito pouco, crescer com as mesmas pessoas, falar a mesma língua a vida toda, ter tudo planejado como que num script de novela onde certas pessoas nunca se encontrarão mesmo que se esbarrem centenas de vezes jamais sequer trocarão um olhar, uma palavra. Eu não acho que isso seja suficiente, parece que somos uma espécie de marionete que não pode deixar o cercadinho.
- Clarisse, você anda assistindo filmes demais.
- Você não entende mãe, o mundo é tão grande, tão cheio de vida e de novas paisagens e novas pessoas, novas línguas, culturas, lugares para se conhecer, coisas para fazer, conhecimento para adquirir. Eu não consigo deixar de pensar que se sigo um caminho estou deixando de seguir um milhão de outros.
- A vida é feita de escolhas, filha. Terminei meu café, você está muito filosófica hoje, vá se vestir e ir estudar, vai. - E foi para o quarto deixando Clarisse sozinha com seus pensamentos.
- Não se trata de escolhas, mas de achar que talvez a vida seja curta demais para se aproveitar, assim, um milésimo de tudo o que deveria ser obrigatório. - E seguia Clarisse totalmente envolvida em seus pensamentos. - Aquela coisa de plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho, se eu pudesse completar acrescentaria tomar banho na maior cachoeira que puder encontrar, entrar no mar pelo menos uma vez na vida pelado, ver o sol nascer e se pôr em pelo menos 20 lugares diferentes, salvar um animal, adotar uma criança, ajudar alguém a mudar de vida de alguma forma, conhecer culturas diferentes, pegar uma lagartixa na mão só pra saber que ela não é gelada como todo mundo diz, atravessar um rio sobre uma árvore deitada ligando as margens, abrir os braços na chuva e deixar a água cair sem se preocupar com a roupa seca ou o celular no bolso ou em pegar ônibus pingando, deitar na grama e olhar as estrelas, pintar um quadro, se apaixonar por um homem, por uma mulher, por uma profissão, por um sonho, por um ideal, saltar de pára-quedas, dirigir cantando bem alto, aprender a andar de bicicleta, pois nada tem a mesma sensação que isso, dançar quando não há música nenhuma tocando, tentar conversar com uma pessoa que não sabe a sua língua e que você também não sabe a dela, correr como se fugisse do seu maior medo, participar de pelo menos um grande ato, protesto, luta, pelo que se acredita, fazer um interurbano de duas horas de duração para aquela pessoa que você não pode dormir mais uma noite sem falar, mas sem se preocupar com a conta de telefone, aliás, despreender-se totalmente de dinheiro por uns tempos, falar eu te amo para as pessoas que realmente amar sem se envergonhar, mudar e não ter medo da mudança. Definir as coisas que se deve fazer antes de morrer em três atos é simplista demais, quiçá, vazio.
Clarisse terminou seu café, colocou sua xícara pia e voltou para seu quarto.
- Preciso de mais que isso, não sei o que quero, mas sei que não é isso.
Lembrou dos meninos conversando na calçada em frente sua casa e correu para a janela. Eles ainda estavam lá! Pronto, apoiou-se no parapeito e continuou seu jogo: o de blusa cinza parece chamar-se Marcos, sério e mantém as mãos sempre nos bolsos, parece incomodado. Esse de boné, humm, usa tenis de marca, óculos escuros, vou te chamar de André. - Nesse momento "André" começou a dar a mão para os demais, como que se despedindo e, puxou um outro menino, no qual deu um abraço mais forte. O coração de Clarisse acelerou. Esse menino que abraçava André era o... o... - Não, não pode ser! Sim, era o Pedro!

terça-feira, 1 de março de 2011

E a chuva começava a cair timidamente desse céu azulzinho-azulzinho que Ana não conseguia parar de olhar,fascinada. Ana fora criada desde a barriga numa metrópole... Cidade grande, a maior de seu país. Mas ainda hoje se pegava admirando as coisas simples da vida. Fechava os olhos e respirava bem fundo: “Cheiro de chuva, cheiro-verde de mato molhado, cheiro da vida que nos convida a todo momento, estende os braços e nunca o alcançamos, nunca vamos.” – Podia-se quase ouvir o que Ana pensava olhando aquele céu mais azul ainda que seus olhos.
Ana estava boba, a chuva continuava caindo, agora gotas maiores e mais fortes e o céu continuava azul, como é possível? Logo o arco-íris viria, pensava ela. Mal conseguia piscar esperando aquele momento grandioso. Ana se identificava com esse tempo, com o arco-íris.. Sol e chuva ao mesmo tempo, dois opostos, juntos. Ana era extremista: tudo ou nada, agora ou nunca, mas era indecisa também então gostava dessa mistura, desse não-escolher.

E de todas as vezes que me pronunciei em seu nome, e de todas as vezes que sorri seu sorriso, de todas as vezes que olhei seu olhar e que me encantei de sua presença. De todas as vezes que seu abraço levou pra longe toda a preocupação e todo o resto. De todas as vezes que você virou personagem principal, tornando todas as pessoas do mundo figurantes, preto e branco, tortos, borrados. Todas as vezes que falamos juntas a mesma palavra ou todas as vezes que você me viu sair da minha razão, do meu modo comum. De todas as vezes que causei ciumes em você e vi sua timidez se apossar do seu rosto. (Taí um dos seu sorrisos, o primeiro que conheci: seu sorriso envergonhado!).

Pouco a pouco se tornando meu par. Minha par, minha dupla, minha amiga, namorada, amante, meu vício e minha sorte. Sorte! Você e eu, comoassim? “Que sorte a nossa, hein? Entre tantas paixões esse encontro nós dois, esse amor.”

A velha história, o amor antigo, o amor que nunca morreu.

Eu lembro o primeiro assunto, você lembra? A nossa primeira música “essa música é linda, mas é muito triste, não combina com a gente” você dizia. A primeira vez que te vi, você, absolutamente linda, muito tempo antes de alguém ter a idéia de nos apresentar (com a absoluta certeza de que nunca daríamos certo). Lembro da sua fama de quem ‘brincava com o coração de todo mundo’ e lembro também que eu não ficava muito atrás. Pra falar a verdade poderíamos ter nos dado bem até nisso. Eu sempre achei a gente muito parecida e as diferenças tornavam o encaixe ainda mais perfeito. Lembro que combinei seu signo com o meu na primeira conversa que tivemos. Estranho como eu sempre tive uma certeza absoluta de que não era ‘só mais uma pessoa’ que eu estava conhecendo, só mais uma amiga de amiga, só mais alguém, não acha?
Lembro a primeira vez que você se declarou pra mim, você lembra? - “Eu me apaixonei por você assim que ouvi a sua voz” você me disse com muita timidez.
Lembro do meu celular tocando e a sua primeira mensagem aparecendo, (consigo sentir o coração acelerar agora como se estivesse vivendo tudo de novo), lembro do conteúdo da mensagem até hoje - sei que você também lembra porque eu te contei ontem entre um beijo e outro mas quero que você nunca esqueça, então vou escrever aqui pra você guardar e lembrar de todas as nossas primeiras vezes como eu lembro. – A mensagem dizia: “eu só quero que você saiba que eu estou pensando em você”. Eu tinha acabado de falar de você pras minhas amigas e vi a mensagem. Entramos na balada, ninguém mais parecia interessante. Troquei dezenas de mensagens com você aquela noite e ninguém acreditou que eu estava deixando de olhar pros lados por uma menina que nem sequer eu tinha pego na mão ainda.
Eu lembro dos seus olhares que alternavam entre os meus, minha boca, suas mãos e o chão, eu conseguia sentir seus lábios assim, sem nunca ter tocado neles, então eu prolongava a espera. Não tinha pressa porque pra mim tudo era certo, ia acontecer e ponto, então aquelas borboletas no meu estômago não me incomodavam em nada.
E então aconteceu o nosso primeiro beijo, você se lembra? Eu consigo sentir seus lábios e sua respiração, suas mãos tocando minhas costas, segurando meu cabelo. Eu só conseguia acariciar o seu rosto, sentir sua pele macia e minha cabeça girava, lembrei de uma música na hora, aliás, uma música que eu detestava, mas naquela hora parecia a mais linda das melodias de bethoven escrita só pra mim, pra você e pra aquele momento. E pro nosso primeiro beijo. Eu nunca te contei sobre essa música né? Mas dias depois eu te mandei a letra dela inteirinha por mensagem no celular, era mais ou menos assim a parte que não saia da minha cabeça enquanto eu experimentava seu beijo: “Enquanto você conversa e me beija ao mesmo tempo eu vejo as suas cores no seu olho, tão de perto. Me balanço devagar como quando você me embala e o ritmo rola fácil, parece que foi ensaiado....”
E nosso amanhã de cada novo encontro ia terminando de cantar a música “eu acho que eu gosto mesmo de você, bem do jeito que você é” e imendando com outras “Já não consigo não pensar em você”, essa foi a primeira vez que me declarei pra você abertamente, que me declarei apaixonada para tudo e todos . Eu estava entregue.

domingo, 25 de abril de 2010

31/07/2007

Ás vezes esqueço, é como se nunca tivesse acontecido, mas tem hora que me sufoca e se torna tão ou talvez mais essencial ainda do que o ar, ou mais sufocante que a falta dele.

Tenho medo e acordo cansada. Tenho frio, tenho calor, tenho insônia, me sinto presa, acorrentada, agitada mas não tenho vontade de fazer nada, tenho saudade mas não quero de volta. Sinto falta mas não faz a mínima diferença.

Minto, nego, choro, esqueço.

Faz pouco tempo que eu tinha muitos planos, muitos sonhos, tudo era real, concreto, sentía-se...

De repente tudo se esvaiu como fumaça que se desfaz, some, desaparece e o rastro que fica, o cheiro que sobra em tudo que ela passou, tem outra forma, tem outro sentido, é só lembrança, é só um rastro, uma marca, uma história pra contar.

Sempre tive tempo de sobra, de repente não tenho tempo nem de sonhar, nem de fazer planos, nem de criar expectativas.

Tenho dó...

Mas ás vezes esqueço que não sou só eu que sinto.
Que não sou só eu quem mente.
E quem esquece.

Aliane Zappia

Você pode mudar o mundo

Comece mudando de humor, parando de achar que tudo é muito difícil.
Pensar em mudar é mais difícil que mudar de fato, assim como pensar em perder.
Se arrisque apenas pelo que vale a pena, ou que te faça feliz. Felicidade pode durar apenas um segundo. veja a frequencia dela na sua vida, se precisar, mude, mude de novo, se transforme. Mudar é evoluir.
Viva, a vida não espera.

Aliane Zappia - 12.04.2009

28.03.2009



e a gente vai vivendo a sim, de lembrança, de saudade, de 'se'... e tudo muda.
Uma volta no relógio e nada mais é como outrora.
Vamos vivendo como fantasmas, sobras de histórias, traumas, medos. Enganamos a nós mesmos brincando de não se importar...
Vivemos de quantidade, 'quem aguenta mais', bebemos, fumamos, viramos noites usamos a desculpa "queremos ser feliz." Baseamos tudo em cima da carencia, da imagem... quem atrai mais, qm conquista mais, quem pode mais... No fundo esses q menos tem...
Ninguém é o que é.
Os Best-sellers são de auto ajuda "homens gostam de mulheres que gostam de si mesmas", "o segredo", "quem me roubou de mim", "casais inteligentes enriquessem juntos"... Querem nos ensinar o que pensar, como reagir, o que fazer, como foder...
E ninguém mais é realmente quem é.
E todo mundo só pensa em si mesmo.

meus heróis morreram de overdose ou aids.
eu ainda morro nessa ânsia de querer mudar o mundo, nessa de sentir demais. Um dia o coração não vai aguentar, vai explodir. ainda morro de sentir mais do que me cabe.

Aliane Zappia