terça-feira, 1 de março de 2011

E a chuva começava a cair timidamente desse céu azulzinho-azulzinho que Ana não conseguia parar de olhar,fascinada. Ana fora criada desde a barriga numa metrópole... Cidade grande, a maior de seu país. Mas ainda hoje se pegava admirando as coisas simples da vida. Fechava os olhos e respirava bem fundo: “Cheiro de chuva, cheiro-verde de mato molhado, cheiro da vida que nos convida a todo momento, estende os braços e nunca o alcançamos, nunca vamos.” – Podia-se quase ouvir o que Ana pensava olhando aquele céu mais azul ainda que seus olhos.
Ana estava boba, a chuva continuava caindo, agora gotas maiores e mais fortes e o céu continuava azul, como é possível? Logo o arco-íris viria, pensava ela. Mal conseguia piscar esperando aquele momento grandioso. Ana se identificava com esse tempo, com o arco-íris.. Sol e chuva ao mesmo tempo, dois opostos, juntos. Ana era extremista: tudo ou nada, agora ou nunca, mas era indecisa também então gostava dessa mistura, desse não-escolher.

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