domingo, 25 de abril de 2010

31/07/2007

Ás vezes esqueço, é como se nunca tivesse acontecido, mas tem hora que me sufoca e se torna tão ou talvez mais essencial ainda do que o ar, ou mais sufocante que a falta dele.

Tenho medo e acordo cansada. Tenho frio, tenho calor, tenho insônia, me sinto presa, acorrentada, agitada mas não tenho vontade de fazer nada, tenho saudade mas não quero de volta. Sinto falta mas não faz a mínima diferença.

Minto, nego, choro, esqueço.

Faz pouco tempo que eu tinha muitos planos, muitos sonhos, tudo era real, concreto, sentía-se...

De repente tudo se esvaiu como fumaça que se desfaz, some, desaparece e o rastro que fica, o cheiro que sobra em tudo que ela passou, tem outra forma, tem outro sentido, é só lembrança, é só um rastro, uma marca, uma história pra contar.

Sempre tive tempo de sobra, de repente não tenho tempo nem de sonhar, nem de fazer planos, nem de criar expectativas.

Tenho dó...

Mas ás vezes esqueço que não sou só eu que sinto.
Que não sou só eu quem mente.
E quem esquece.

Aliane Zappia

Você pode mudar o mundo

Comece mudando de humor, parando de achar que tudo é muito difícil.
Pensar em mudar é mais difícil que mudar de fato, assim como pensar em perder.
Se arrisque apenas pelo que vale a pena, ou que te faça feliz. Felicidade pode durar apenas um segundo. veja a frequencia dela na sua vida, se precisar, mude, mude de novo, se transforme. Mudar é evoluir.
Viva, a vida não espera.

Aliane Zappia - 12.04.2009

28.03.2009



e a gente vai vivendo a sim, de lembrança, de saudade, de 'se'... e tudo muda.
Uma volta no relógio e nada mais é como outrora.
Vamos vivendo como fantasmas, sobras de histórias, traumas, medos. Enganamos a nós mesmos brincando de não se importar...
Vivemos de quantidade, 'quem aguenta mais', bebemos, fumamos, viramos noites usamos a desculpa "queremos ser feliz." Baseamos tudo em cima da carencia, da imagem... quem atrai mais, qm conquista mais, quem pode mais... No fundo esses q menos tem...
Ninguém é o que é.
Os Best-sellers são de auto ajuda "homens gostam de mulheres que gostam de si mesmas", "o segredo", "quem me roubou de mim", "casais inteligentes enriquessem juntos"... Querem nos ensinar o que pensar, como reagir, o que fazer, como foder...
E ninguém mais é realmente quem é.
E todo mundo só pensa em si mesmo.

meus heróis morreram de overdose ou aids.
eu ainda morro nessa ânsia de querer mudar o mundo, nessa de sentir demais. Um dia o coração não vai aguentar, vai explodir. ainda morro de sentir mais do que me cabe.

Aliane Zappia

11.01.2009

... e assim sou desde que me lembro. Há uma parte que se apagou, borrou, sumiu. Um buraco. Sim, um buraco pois por todos os lados existe tudo, mas nesse pedacinho, nesse ponto, nada. Aliás, nada é coisa demais, mora la ainda uma lembrança simples, deformada, apagada, porém sempre lá... sempre alerta esperando o momento certo.
Nunca gostei da perfeição, pessoas bonitas demais me davam medo, inteligente demais me soavam completamente tolos e eu nunca entendi essas pessoas que vivem o tempo todo na teoria, nunca fui boa nisso, gostava de testar, misturar, tentar, arriscar...
Sempre amei o perigo, viver no limite, qual limite eu não sei... mas gosto de acreditar nas coisas, nas pessoas... gosto mesmo de acreditar no que eu acredito, de viver assim, sentindo tudo exageradamente e tentando disfarçar a excitação do extremo..
Não sou do tipo que agrada pessoas políticamente corretas, tenho um humor negro a flor da pele. Não sou do tipo que agrada pessoas sem caráter ou maldosas, sou políticamente correta demais. Não me dou bem com intelectualóides, sempre tento fingir que sei mais do que eles só pela diversão... Pessoas arrumadas, com horários pra tudo, planos pra tudo...

eu gosto assim, do acaso, do encontro, do inesperado. Eu gosto do que eu escrevo pra viver e não do que é certo, mas sou metódica e paranóica e faço listas, planílhas, cálculos de tudo. e nunca sigo.

vivo entre a vontade e o desespero.

Aliane Zappia

21.12.2008


E foi assim que tudo tomou forma... Sempre levei a vida como uma música do Cazuza ... pensava que não poderia perder as oportunidades, pois as coisas acontecem e vão acontecendo e acontecerão sempre. Ontem eu usava fraudas e amanhã meia vida, depois de amanhã já foi e sem perceber cinquenta, cem anos, e depois a morte... E não vivi! Então levava a vida na teoria de que seria melhor me arrepender de ter feito do que de deixar de fazer... Olhar pra trás e não ter vivido? Jamais! Isso seria a morte pra mim... E foi pensando assim... tentando não medir nada, nem mesmo as consequências, que te encontrei...
E agia contigo como sempre agi com qualquer pessoa... não imaginava que um dia você seria a razão que me faria mudar, que me faria ser como nunca me imaginei capaz. Sonhava ser de tal forma, fantasiava as horas passando no relógio e não marcando apenas o toque do sino ou a programação da tv se alterando, ou marcando datas... hoje um ano, amanhã séculos, vidas que começam, outras que terminam e todos vivendo assim, cumprindo o que lhes foi planejado... tolos! Sem perceber que tudo era algo muito maior, melhor, algo novo e incrível...
Esperava encontrar em alguém, algo que me fizesse mudar a forma como via os números no relógio ou no calendário...
E foi assim... esperando o tudo e o nada, que te encontrei... e a princípio tive medo... A excitação física, mental e psicológica me tomava... não tive medo logo em seguida e me contradizia... não sabia se ia ou se voltava... pensava que se voltasse, estaria indo... e se fosse, voltaria. Sem saber ao certo o que isso queria dizer... Não percebi que o que fazer não importava mais. De uma forma, ou de qualquer outra, todas eram a mesma. E escolher te ver seria escolher olhar as horas passando de uma forma completamente nova... completamente diferente, fantástica.
Fechava os olhos e imaginava a vida perfeita... Abria os olhos e ainda a tinha... Essa era a minha vida perfeita... tudo que eu queria eu já tinha... isso era felicidade pra mim... e você me deu tudo isso. VOCÊ!


Aliane Zappia

27.11.2008

... não voltei lá. Havia jurado pra mim mesma que nunca voltaria e assim o fiz. Mas às vezes em sonho tudo parecia caminhar naquela direção. Eu acordava assustada. Eu neguei e bati três vezes na madeira: era tarde demais. Deve haver algo muito errado em se tentar fazer o certo. Tudo precisa de uma medida de errado, amor só é amor quando se conhece a dor, daí então você diferencia um do outro. Um escorpiano precisa da dor, precisa de amor e precisa ter o controle sobre ambos, amor e dor. Necessita do amargo do café e a doçura do chocolate, um toque delicado seguido de um tapa na cara, paixão, dor, loucura, intensidade. Alguém que te controle, desde que você se sinta no controle mesmo sabendo que no fundo não está. Te sufoque.
Me sugue até o fim, gaste até o limite, use, explore, gaste, é tudo seu, para seu uso, sua satisfação. Não adianta negar ou fugir...
eu tentei.

"Pensando em te matar de amor ou de dor eu te espero calada

(Me pinte, me pegue
Me sirva, me entregue
Me deixe, me coma
Me envolva, me ame)"


Aliane Zappia
27.11.2008

terça-feira, 13 de abril de 2010

D.


Ela é com certeza é uma de minhas melhores estórias. Melhores lembranças, sorrisos, beijos. A primeira. Primeiro amor. Primeira paixão. Primeira mulher. Primeira pessoa livre que eu conheci.
Ela sorria com aquela boca enorme, aquele sorriso gostoso, lindo. Gargalhava. Sempre segurava a minha mão, onde quer que fosse. Mesmo na frente do namorado. É, ele odiava, mas ela nem ligava. Largava ele pra trás e corria comigo na frente, rindo, cantando e segurando minha mão. Lembro como se fosse hoje. Consigo sentir seus os dedos entrelaçados aos meus só em pensar nela.
Sabe o que foi mais incrível? Até hoje eu não sei quando que tudo mudou. Foi tão natural. Eu não via maldade nas coisas... Inclusive, sempre penso nela quando escuto aquela música do Chico ".. no tempo da maldade a gente nem tinha nascido.."
É, no tempo da maldade, eu tenho certeza que a gente nem tinha nascido...
D. me ensinou tanta coisa, mas tanta. Não na época. Somente hoje eu consigo perceber.
Ela é o motivo de hoje eu saber o significado da palavra liberdade. Eu não sei explicar, era mais forte do que eu, quando eu percebia já estava em seus braços, já estava fazendo carinho e seu rosto e admirando-a. Olhando, observando. Ela era muito parecida comigo, um pouco mais disvirtuada, mas com muito em comum. Conversavamos horas e horas e horas. Ríamos muito e ao seu lado o mundo parecia pequeno demais, simples demais. Tinha vontade de gritar, pular da janela, começar uma revolução.
Mas ela namorava, lembram? Isso não me incomodava. E não a incomodava. Tínhamos uma relação muito diferente. Não nos beijavamos na boca, não dormíamos juntas. Isso não parecia fazer falta. Ela era tudo que me faltava naquele momento.. Estar com ela. Ser livre com ela. Compartilhar nossas vidas.
Ela cansou do menino, desgostou, desgastou, não sei. Acabou. E ai então começamos como um casal um pouco mais comum.
D. era muito autêntica, engraçada demais. Até hoje é impossível ficar perto dela sem o estômago doer de tanto rir.
Eu nunca consegui explicar o que sentia e o que sinto hoje em dia por ela. Nunca coube em palavras, em descrição nenhuma. Provavelmente por ter sido o primeiro amor. Não consigo ver maldade. Mesmo nas maldades que ela fazia, nas mentiras que contava.
De tudo restou a saudade. Não consigo terminar um texto pra ela. Não pra ela. Pois a nossa história romantica pode ter terminado, mas nunca saimos uma da vida da outra. E é a mesma coisa a cada reencontro, como se nunca houvesse tido uma despedida sequer...

domingo, 11 de abril de 2010

L.

eu vou te contar uma história, uma história inteira sobre você... como os meus olhos te vêem e os meus braços te sentem... e coisas que você nem imagina.

... e então, liguei pra ela e disse em tom sério, como quem quer enganar com uma piada mal contada e mal elaborada:"hoje eu vou conhecer o amor da minha vida e você deveria estar nesse momento ao meu lado", ela riu e eu ri, desligamos... mas eu queria mesmo que ela fosse e eu queria mesmo ir... São essas coisas que não se explicam, não são ditas, você sente, não sabe como ou porque, é uma sensação que te puxa, e você a segue, se entrega e cumpre.
Eu fui. E tudo deu errado, pqp como deu tudo errado! E estava frio, e eu não tinha levado uma blusa de frio, mas você não sabia, e se soubesse não teria se importado, mas você não sabia. E eu te olhei e pareceu que eu te conhecia de algum tempo, de algum lugar... Você me olhou e sorriu, aquele sorriso que você dá quando ta com vergonha, aquele sorriso que HOJE eu conheço bem, mas na hora, achei normal, frio e impessoal. Eu te abracei e sentamos. Você falava coisas que eu não entendia e nem me esforçava para entender. Lá estava você, dividindo sua atenção, nem notando que eu te olhava, inerte, porém, sem opinião, AINDA.
Quero voltar na parte em que eu disse que deu tudo errado. Eu não tinha planos e, se você não espera nada, aquilo não pode dar errado... Algo me incomodava, aliás, algo te incomodava. Cheguei a sentir quando você falando algo que eu realmente não estava prestando atenção (desculpa, meu amor), encostou a sua mão na minha, e eu te olhei, você a tirou... pode ter sido sem perceber, mas você encostou e depois tirou, por reflexo, por timidez , não sei.
Eu te olhava, e olhava ao redor. Sou curiosa e gosto de observar as pessoas, imaginar suas histórias, cada uma bem diferente da outra, suas marcas, seus amores, gosto desse ‘brincar de laboratório’ na vida real...
Por algum motivo, eu me cansei e saí, fui embora, mal humorada e olhando torto para quem passava e me olhava sorrindo. Culpei o vento e a chuva que começou a cair, mas o que me incomodou mesmo, foi ter me incomodado com algo.
E foi assim que cheguei em casa, xingando, reclamando e dizendo coisas tão sem sentido que mesmo enquanto ainda estavam saindo da minha boca, eu ja sabia que eram mentiras.
Você me disse uma vez que se apaixonou por mim, quando ouviu minha voz, eu, por minha vez, ainda não sei dizer o EXATO MOMENTO no qual eu percebi que sim, eu estava apaixonada. Lembro que estranhei o fato de ficar sem palavras quando estou com você, mas não dei muita importância.
Eu não esperava nada, nem sequer uma palavra doce ou beijos sem culpa nem compromisso. Eu não esperava ninguém, mas ao mesmo tempo foi como se esperasse por você há muito tempo... Eu não te procurei, você apareceu e desde o começo, me deixando boba e curiosa, querendo conhecer cada detalhe seu, cada vontade, cada sonho, cada acontecimento bobo do seu passado e cada esboço de futuro, seus porquês, seus amores....
Você... e agora tudo é ‘só’ você. Tento fugir das coisas clichês, mas desde que me dei conta que era você ‘aquele alguém’, ficou dificil não pintar corações e fazer juras exageradas...
Parece uma sintonia incrível, uma reciprocidade surreal, me tira as palavras e quando as digo, dizemos juntas...
Me atento a cada detalhe, cada mancha na parede de cada cenário que escolhemos e pintamos. Somos personagens principais de uma peça que acabou de começar, autores de nós mesmas. Nossa peça tem começo e meio... quando a peça é boa, não se pensa no fim, ficamos ansiosos por cada segundo, cada novo detalhe, cada novo ato, nova fala.
Eu vou te dar a mais linda peça, escreveremos juntas, nesse palco intitulado vida.


10/09/08

Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção — isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.

(Livro do desassossego - Fernando Pessoa)

"Tenho a náusea física da humanidade vulgar, que é,
aliás, a única que há. E capricho, às vezes, em aprofundar
essa náusea, como se pode provocar um vômito para aliviar a
vontade de vomitar."

(Livro do desassossego - Fernando Pessoa)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Embora já sem dor...


Lembro que ela cantava baixinho no meu ouvido um trecho: "you're the reason I'm leaving (Leaving alone) If I'm leaving we don't stop livin', you know..." enquanto me abraçava e chorava. Lá fora, as gotas de chuva aumentavam a cada minuto. Frio bom de se dormir abraçada. Eu tinha vontade de abraçá-la, na mesma medida que queria sumir daquele quarto de hotel, daquela cidade, do país. Eu não me sentia bem. Ela segurava minha mão e colocava em volta do seu corpo, colocava o fone do Ipod no meu ouvido e aumentava: "eu lembro de você com essa música". Super bacana saber disso, eu sou a razão pela qual você está partindo... Eu sempre soube que eu era essa razão.
Doía mais do que qualquer outra dor já experimentada antes. Doía mais do que quando aos 11 anos tentara voar da galho mais alto da árvore do quintal e se chocou violentamente em cima de tijolos ao cair no chão. Doía mais que aquele tampão arrancado do dedão aos quatro anos na escada da escolinha, ou o copo de vidro enfiado no pé com essa mesma idade. Era uma dor que não poderia se explicar: misto de desespero com não-tem-nome-pra-isso.
Eu escutava a música muda, claro. Não conseguia reagir aquilo.
Adorava-a. Cada pedaço. Cada centímetro de seu corpo. Cada palavra pensada que saia daquela boca. Seu jeito de se movimentar, seu jeito de falar, seu sotaque, suas manias, seus valores. Seus porquês. Principalmente seus porquês. Passava horas tentando descobrir mais e mais sobre ela. Era um jogo fascinante descobrí-la. Deixar encantar-se. Arrancar sorrisos. Ai, os sorrisos dela. Quantas vezes me embebedei de seus sorrisos e compus versos, cartas, poemas. Teria escrito uma novela toda de sua história. Teria reinventado seu mundo.
Vivia de incertezas. Não havia mais segurança em se falar o que pensava realmente. De agir naturalmente. O medo era enorme. Por esse motivo mantinha-me imóvel, muda, com olhos esbugalhados e tristes. E se perdesse? Pensar em perdê-la parecia pior que ser apedrejada em praça pública.
O romantismo não me deixava ver que tudo que poderia ser feito já havia sido feito. Havíamos vivido uma estória perfeita. E como todas com começo, meio e transformação. Sim, transformação. O amor carnal acabou, o amor ciumento, obsessivo. Nasceu algo tão mais lindo disso. Mas ainda não enxergava de tal forma. Claro, anos depois é fácil entender cada noite mal dormida, cada lágrima derramada, cada "e se..". Ela era única e ainda é, obviamente. Cada pessoa que passou também foi e a cada uma reservei um amor. Amor não acaba. Pode mudar, diminuir, aumentar, mas não acaba. Não quando realmente te tocou, fez parte da sua trajetória para ser o que é hoje. Eu tenho muito orgulho de cada vez que me entreguei e me deixei viver, sentir, mudar. Amar. Sentí-me viva a cada vez que toquei outro corpo com sentimento ou deixei-me ser tocada, usada, amada, rejeitada.
Mas naquele momento só queria sumir, parar de sentir esse algo-sem-nome. Era muito forte. Era pesado. Juntava-se a várias situações mal explicadas. A possibilidade de que ela desejasse com outra pessoa o que eu desejava com ela, não conseguia parar de pensar nisso. Parece loucura, não? Eu também acho. Hoje eu acho. Mas no alge daquele sentimento não era assim, não sei, parece que não conseguia pensar racionalmente. Só imaginava momentos românticos, final feliz de contos de fada. Ela dizendo: "eu largo tudo por você" como um dia havia dito. Um dia. Matamos todo o presente nessa saudade imensa do passado. Essa nostalgia. Amanhã, esse momento que estou escrevendo agora será passado. E aí? Anulamos metade da nossa vida chorando leites derramados. Ontem, semana passada, aquele dia. E se? Nada me irrita mais que 'E se...?' E se é o hino dos covardes. E se não é suficiente pra arriscar, pra viver. Só serve pra lamentar.. É mais vazio que o próprio vazio. Cada vazio que carrego em mim tem algo. Sério, se hoje sei que lá está vazio é porque um dia já esteve preenchido. E se nunca esteve pelo menos nesse vazio há a falta. No 'e se' não há arrependimento, não há resposta, não há lembrança. Há uma dúvida apenas. Uma dúvida que não muda nada. Perda de tempo. Ridículo.




Mais um texto sem final...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Resolvi tornar público...


Hoje acordei revolucionária. Acordei com aquela sensação de "a vida está passando baby, não se prenda a bobagens e problemas pequenos". Acordei livre. Pra falar bem a verdade, hoje acordei de verdade.
Tenho a sensação que dormi bastante nos últimos tempos, pois nenhuma sensação me tirou de certo transe e certas coisas parecem que nunca aconteceram. Somos assim: hoje algo parece a coisa mais importante do mundo, mas daqui um mês, dois, um ano, evapora e praticamente nunca aconteceu. Não é incrível? Não precisa ir longe pra sacar uma coisa dessas. Todo mundo faz isso, e fazemos o tempo todo.
O que aconteceu comigo foi que depois de me expor muito e me magoar eu parei de me expor e comecei a ter conversas superficiais, evitar envolvimento de verdade. Ficar em cima do muro. Acontece que aos poucos matei revolução por revolução que se inicava dentro de mim. Nunca desacreditei numa mudança no mundo, mas parei de achar que essa mudança partiria de mim. Sabe? Aquilo de expor uma idéia pra todo mundo comprar essa causa quando você mesma não comprou pra si mesma? Pois é, isso que eu me tornei. E eu vendi idéias e ideais, casos e causas mas não abracei nenhuma. Não dei meu sangue por nenhuma.
Eu não percebi quando disse "você é o que você mostra ao mundo" que eu estava tentando me convencer disso. E pior, me convenci. Mas agora eu sei que isso é ilusão. Cada um é o que é e pronto. Se você mostra outra coisa ao mundo você esta mostrando uma mentira. Não tentem me convencer de que se eu repetir muito uma mentira ela se tornará uma verdade. Mentira é mentira e verdade é verdade. E gente que não vive, não é gente.
Por isso, eu resolvi voltar a me expôr. Resolvi tornar esse divã público.
Não é grande coisa, eu sei. Mas há a necessidade de começar de algum lugar, seja ele qual for.

Sim, todo esse post foi só pra explicar a mudança do nome e endereço de "divã particular" pra "divã público". Uma introdução eu diria. ALOKA.